Construção
Alguns Contrabaixos Construídos
Construção
Alguns Contrabaixos Construídos no Atelier
Gary Karr
Em 1992 Gary Karr fez uma visita a nosso Atelier.
Depois de conhecer nosso trabalho e tocar um instrumento, ainda em fase final de construção, o prof. Karr encomendou um contrabaixo no mesmo modelo.
No mesmo dia ele escreveu a seguinte declaração: “…The finest bass maker in Brazil and one of the greatest luthiers in the world…”
A visita desse, que é um dos maiores nomes do contrabaixo mundial, reconhecido internacionalmente e autor de inúmeras gravações para contrabaixo, já foi uma honra e um prazer, mas a intenção de comprar um instrumento nosso foi uma prova de reconhecimento maior que qualquer elogio.
O instrumento, com modelo criado por mim, foi construído com base na técnica da escola italiana de meu mestre Enzo Bertelli e com a experiência adquirida em décadas de trabalho.
Gary Karr tocando um de nossos instrumentos, ainda sem verniz, alguns dias depois de encomendar a construção de seu próprio contrabaixo.
Na construção desse instrumento, foi utilizado material de primeira qualidade, assim como em todos os nossos contrabaixos.
O fato de ter uma encomenda de um dos maiores contrabaixistas do planeta fez com que todo o trabalho fosse realizado com enorme prazer e alegria.
O prof. Karr gostou muito do modelo, ainda sem verniz, que experimentou no Atelier e pediu que seu instrumento tivesse o mesmo desenho.
Quando se constrói um instrumento por encomenda, todos os detalhes são levados em conta.
É necessário que o músico sinta-se completamente bem, portanto algumas medidas devem ser tomadas antes de iniciar a construção.
Cada ser humano tem um padrão ergométrico próprio, que deve ser observado ao se construir um instrumento.
Fiz um detalhe, na base da noceta, para personalizá-lo.
Cada instrumento que faço tem uma marca que o diferencia dos outros, e nesse eu incrustei em ébano o logotipo de Gary Karr.
Quando se faz um instrumento sob encomenda, o acompanhamento da construção e a criação desse tipo de detalhe são de extrema importância.
Fazer esse instrumento foi um dos momentos de maior prazer e evolução em nosso Atelier.
Estive presente em seu concerto de despedida em Indianapolis e Gary sempre foi um grande amigo.
O dia em que Gary visitou o Atelier e encomendou a construção de seu contrabaixo…
… e muitos anos depois, em Indianapolis, EUA.
Foto enviada por Gary Karr alguns anos depois de já estar de posse do novo instrumento.
Algumas opiniões de Gary Karr sobre o instrumento contruído para ele:
“O verniz é realmente belo e de alta qualidade, como o dos antigos mestres.”
“…a madeira é excelente.”
“…é muito prático.”
“O som do baixo é como o de uma voz agradável.”
“…seu trabalho é muito artístico e reflete a alma de um grande mestre.”
“Obrigado por trazer esse baixo ao mundo e obrigado por deixá-lo enriquecer a minha vida.”
“Paulo é um artista da mais alta categoria. Ele trouxe para a arte de construir contrabaixos uma sensibilidade e uma paixão penetrante que não apenas realça a beleza de nosso instrumento mas abrange o instrumentista também.”
“O mais eminente construtor de contrabaixos do Brasil e um dos maiores Luthiers do mundo.”
“Estou honrado em conhecê-lo.”
Marcos Machado
Marcos é natural de Bagé, Rio Grande do Sul e desenvolve carreira internacional atuando como solista, professor e músico de câmara.
É professor de contrabaixo erudito e jazz na University of Southern Mississippi em Hattiesburg e spalla da Meridian Symphony Orchestra.
Um virtuoso dotado de talento e musicalidade impressionantes.
Detalhe da borda em estilo “rope“.
O fundo sendo filetado.
Para personalizar, fiz uma letra M no final do espelho e, mais tarde, outro M no final do estandarte em negativo com o espelho.
O contrabaixo montado, tocando e pronto, antes de seguir para a câmera de Ultra Violeta e, depois, ser envernizado.
A beleza das realmente impressiona.
O contrabaixo pronto, no dia em que o Marcos veio dos EUA para pegá-lo.
Esse instrumento já foi construído com nosso Sistema de Braço Móvel e Regulável.
A borda é levemente mais clara que o restante da madeira, dando um contorno muito suave.
Um momento especial. Tocar, pela primeira vez, um contrabaixo feito exatamente como o esperado.
Veja vídeos da estreia deste instrumento clicando aqui.
Matthieu Hébrard
Os instrumentos do francês Matthieu e do nosso Sizão Machado foram construídos juntos.
O do Matthieu é um 7/8 de 4 cordas e o do Sizão um 3/4 de 5 cordas.
São baixos que consideramos “irmãos”.
Matthieu no dia em que o baixo tocou pela primeira vez e estava pronto para ser envernizado.
O baixo na câmara de luz Ultra Violeta, sendo “bronzeado” antes de ser envernizado.
Com o verniz já seco no dia em que o baixo foi embora do Atelier.
É difícil quando o instrumento vai, finalmente, para sua nova casa, mas o prazer de ver um músico satisfeito é muito grande.
Sizão Machado
Parece que o Sizão está muito contente com a construção de seu baixo.
Construir um instrumento para um músico desse nível é uma honra e uma grande satisfação para nós.
Detalhes da colocação do filete e as pontas já filetadas.
O respeito mútuo e o carinho entre amigos, faz de nosso trabalho um prazer sem comparação.
Uma das vantagens de se encomendar um instrumento, é o acompanhamento da construção e a possibilidade de se tocar o baixo antes do verniz, possibilitando alguns ajustes de gosto pessoal.
A seguir, algumas fotos do instrumento já terminado.
Todos os detalhes que fazem de nossos contrabaixos peças únicas.
A alegria estampada no rosto de nossos clientes, nos dá a certeza de um trabalho bem realizado.
Veja vários shows do Sizão, com seu baixo, aqui.
Saiba mais sobre o Sizão Machado em texto de sua própria divulgação:
Artista autodidata, criador de uma linguagem musical que vai muito além do universo de seu instrumento, o baixista Sizão Machado é reconhecido internacionalmente, em suas atuações ao lado de Chet Baker, Herbie Mann, Elis Regina, Jim Hall, Chico Buarque, Dori Caymmi, Djavan, Milton Nascimento, Ivan Lins, Joyce, Flora Purim e Airto Moreira, Roberto Menescal, Noite Ilustrada, Jean & Paulo Garfunkel, Família Jobim, Paulo César Pinheiro e muitos outros, imprimindo sempre a sua marca por onde toca.
A concepção, a rítmica, as harmonizações “violonísticas” transpostas para o contrabaixo, aliadas a um extremo bom gosto e sofisticação, fazem com que seu estilo inconfundível seja reconhecido em qualquer gênero musical. Isso é um privilégio de poucos e bons instrumentistas.
Além de sua atuação nos palcos do mundo, Sizão participou da gravação de mais de uma centena de discos com os mais variados artistas. Em seu disco-solo, Quinto Elemento, Sizão Machado reuniu composições próprias e músicas escolhidas a dedo ao longo de sua eclética carreira. Destaques para Stanats, um tema inédito do maestro Moacyr Santos, Amparo/Olha Maria, de Tom Jobim, Chico Buarque e Vinícius de Moraes, gravado com seis contrabaixos, e Anu Preto, Quinto Elemento e Samba da Mãe, de sua autoria.
Atualmente, além de dirigir seu próprio estúdio, o In Sonoris, Sizão apresenta seu trabalho com formações variadas ao lado de grandes instrumentistas e acompanha as apresentações e gravações do Quinteto Sambazz, Terrêro de Jesus, do cantor Renato Braz, dos compositores Celso Viáfora e Jean & Paulo Garfunkel.
Sizão Machado ministra aulas de sensibilização musical, prática de banda e instrumento no Centro de Estudos Musicais Tom Jobim (antiga Universidade Livre de Música – ULM) e na Faculdade Souza Lima Berklee.
Luiz Chaves
Guardo a saudade de meu querido amigo Luiz e por isso deixo estas páginas, para sempre lembrar de um Luiz alegre e feliz com seu instrumento, o qual eu construí com tanto orgulho.
Luiz era uma pessoa carinhosa e gostava muito de passar tardes no atelier conversando e rindo com a gente.
Na sequencia, fotos da construção desse instrumento.
Tocar o instrumento, antes de se envernizar, é uma das vantagens em se encomendar a construção, pois alguns ajustes podem ser feitos.
O processo de envernizamento com verniz preparado por nós, com fórmula própria.
Entre uma demão e outra, o instrumento toma o sol da manhã e do final da tarde.
O esperado dia de retirar o instrumento e levar para casa.
O 1° show do Zimbo Trio com o contrabaixo.
Jorge Helder
Músico de talento reconhecido internacionalmente, Jorge dispensa apresentação para qualquer contrabaixista.
Construir esse instrumento aumentou nossa amizade.
A voluta, recém esculpida e uma das pontas do tampo, já filetado.
Durante todo o processo do verniz o contrabaixo é colocado alternadamente no sol fraco da manhã e da tarde.
O baixo já quase pronto, na sala de verniz, secando junto a outros instrumentos na mesma fase.
Jorge já fez muitas gravações e concertos com seu novo baixo.
Não foi só o Jorge que ficou apaixonado pelo instrumento. A “Esquerda Caviar” também reconhece um bom instrumento e, durante temporada em São Paulo, Chico Buarque teve o prazer de “tocar” nosso baixo.
Edvard Debess
Mais um músico do exterior encomendando a construção de um novo Contrabaixo.
Esse é Edvard Nyholm Debess. Contrabaixista das Ilhas Faroe (próximo à Dinamarca).
Edvard veio ao Brasil encomendar a construção de seu novo instrumento e passou mais de uma semana em nosso país.
Seu baixo foi construído e ele veio novamente, para pegar o instrumento, pronto em fevereiro de 2006.
Edvard experimenta um baixo construído no Atelier e confirma as expectativas que já tinha quanto ao instrumento.Seu novo baixo seria um 3/4 com 4 cordas.
Tocando com Célio Barros.
A sala de visitas se encheu com o som de dois instrumentos construídos por Paulo Gomes.
Essa é Tórshavn, cidade natal de Edvard nas Ilhas Faroe.
Apesar de ter morado em outros locais sempre retornou a suas raízes.
Além de contrabaixista de jazz, Edvard é spalla na Faroese Symphony Orchestra, compõe as músicas de seus CDs e escreve música para as mais diversas formações.
Edvard conhece um pouco de nossa música pois faz parte do Gismonti Project com Egberto Gismonti, Jonas Johansen e Flemming Agerskov.
Edvard no Atelier, tocando o instrumento já completamente pronto.
Edvard é um músico de muito talento e um cara muito legal.
Ele veio com sua família e nós nos tornamos grandes amigos.
Birgit (esposa), Edvard e Edna conhecendo um baile de carnaval.
Birgit, Lisa, Iben e Edvard.
A família toda, junto com Paulo, num restaurante.
Esse é o primeiro email que o Edvard enviou, quando chegou em casa com o instrumento:
“Hey Paulo, um milhão de agradecimentos por toda sua ajuda, gentileza e hospitalidade, quando estivemos em São Paulo.
Todos vocês tornaram a nossa estadia memorável para toda a família 🙂
Tivemos uma viagem maravilhosa ao Brasil e aproveitamos cada minuto!
O baixo passou pela jornada sem um arranhão, e eu nem paguei nenhum excesso de peso em lugar nenhum.
Chegamos na quinta-feira, e já na sexta-feira à noite comecei uma sessão de estúdio com o novo baixo.
Eu pretendia gravar com 2 tubemics, mas acabei gravando com apenas um microfone e soou muito bem.
O tom é tão claro, limpo e articulado, e os tons profundos vão se desenvolvendo o tempo todo. Quanto mais toco, mais encorpado o som fica!
Além disso, a forma, o tamanho e o verniz combinam muito bem comigo, então, se você pretendia colocar um pouco da minha personalidade musical neste instrumento, acho que foi muito bem-sucedido.
Excelente trabalho Paulo. Obrigado pelo seu grande esforço neste baixo.
Agradeço muito e cuidarei bem do instrumento!”
Daniel Marques
Mais um instrumento que foi construído para “morar” no exterior.
Esse baixo foi encomendado pelo Daniel Marques, que vive na Florida, EUA.
Uma vez que estava longe durante toda a construção, ele não pôde acompanhar pessoalmente o trabalho.
Para aumentar o desafio, o Daniel é canhoto e eu mesmo tive que “tocar” o baixo, para fazer o melhor setup.
Para mim, é muito difícil tocar alguma coisa com as cordas invertidas, mas o desafio foi o melhor incentivo.
Detalhes das pontas com encaixes perfeitos.
O baixo do Daniel, um 7/8, atrás do 3/4 de Marcos Machado. Os dois baixos foram construídos juntos.
A alegria de se criar um instrumento está sempre presente, em todas as fases da construção.
O único problema é que, como o Daniel é canhoto, o baixo tem a barra harmônica e a alma invertidas e assim, com as cordas também invertidas, é impossível tocar qualquer coisa.
Espero ter fotos do Daniel tocando o instrumento para colocar aqui.
Este baixo é mais um dos que vai para longe e é sempre difícil ver os instrumentos partindo.
Aproveitando mais um período de trabalho em Nova York, eu mesmo levei o instrumento para os EUA e o entreguei ao Daniel, no Blue Note, onde fomos ver meu amigo Ron Carter.
Foi uma noite muito especial para ambos.
Gary Karr
Em 1992 Gary Karr fez uma visita a nosso Atelier.
Depois de conhecer nosso trabalho e tocar um instrumento, ainda em fase final de construção, o prof. Karr encomendou um contrabaixo no mesmo modelo.
No mesmo dia ele escreveu a seguinte declaração: “…The finest bass maker in Brazil and one of the greatest luthiers in the world…”
A visita desse, que é um dos maiores nomes do contrabaixo mundial, reconhecido internacionalmente e autor de inúmeras gravações para contrabaixo, já foi uma honra e um prazer, mas a intenção de comprar um instrumento nosso foi uma prova de reconhecimento maior que qualquer elogio.
O instrumento, com modelo criado por mim, foi construído com base na técnica da escola italiana de meu mestre Enzo Bertelli e com a experiência adquirida em décadas de trabalho.
Gary Karr tocando um de nossos instrumentos, ainda sem verniz, alguns dias depois de encomendar a construção de seu próprio contrabaixo.
Na construção desse instrumento, foi utilizado material de primeira qualidade, assim como em todos os nossos contrabaixos.
O fato de ter uma encomenda de um dos maiores contrabaixistas do planeta fez com que todo o trabalho fosse realizado com enorme prazer e alegria.
O prof. Karr gostou muito do modelo, ainda sem verniz, que experimentou no Atelier e pediu que seu instrumento tivesse o mesmo desenho.
Quando se constrói um instrumento por encomenda, todos os detalhes são levados em conta.
É necessário que o músico sinta-se completamente bem, portanto algumas medidas devem ser tomadas antes de iniciar a construção.
Cada ser humano tem um padrão ergométrico próprio, que deve ser observado ao se construir um instrumento.
Fiz um detalhe, na base da noceta, para personalizá-lo.
Cada instrumento que faço tem uma marca que o diferencia dos outros, e nesse eu incrustrei em ébano o logotipo de Gary Karr.
Quando se faz um instrumento sob encomenta, o acompanhamento da construção e a criação desse tipo de detalhe são de extrema importância.
Fazer esse instrumento foi um dos momentos de maior prazer e evolução em nosso Atelier.
Estive presente em seu concerto de despedida em Indianapolis e Gary sempre foi um grande amigo.
O dia em que Gary visitou o Atelier e encomendou a construção de seu contrabaixo…
… e muitos anos depois, em Indianapolis, EUA.
Foto enviada por Gary Karr alguns anos depois de já estar de posse do novo instrumento.
Algumas opiniões de Gary Karr sobre o instrumento construido para ele:
“O verniz é realmente belo e de alta qualidade, como o dos antigos mestres.”
“…a madeira é excelente.”
“…é muito prático.”
“O som do baixo é como o de uma voz agradável.”
“…seu trabalho é muito artístico e reflete a alma de um grande mestre.”
“Obrigado por trazer esse baixo ao mundo e obrigado por deixá-lo enriquecer a minha vida.”
“Paulo é um artista da mais alta categoria. Ele trouxe para a arte de construir contrabaixos uma sensibilidade e uma paixão penetrante que não apenas realça a beleza de nosso instrumento mas abrange o instrumentista também.”
“O mais eminente construtor de contrabaixos do Brasil e um dos maiores Luthiers do mundo.”
“Estou honrado em conhecê-lo.”
Marcos Machado
Marcos é natural de Bagé, Rio Grande do Sul e desenvolve carreira internacional atuando como solista, professor e músico de câmara.
É professor de contrabaixo erudito e jazz na University of Southern Mississippi em Hattiesburg e spalla da Meridian Symphony Orchestra.
Um virtuoso dotado de talento e musicalidade impressionantes.
Detalhe da borda em estilo “rope“.
O fundo sendo filetado.
Para personalizar, fiz uma letra M no final do espelho e, mais tarde, outro M no final do estandarte em negativo com o espelho.
O contrabaixo montado, tocando e pronto, antes de seguir para a câmera de Ultra Violeta e, depois, ser envernizado.
A beleza das realmente impressiona.
O contrabaixo pronto, no dia em que o Marcos veio dos EUA para pegá-lo.
Esse instrumento já foi construído com nosso Sistema de Braço Móvel e Regulável.
A borda é levemente mais clara que o restante da madeira, dando um contorno muito suave.
Um momento especial. Tocar, pela primeira vez, um contrabaixo feito exatamente como o esperado.
Veja vídeos da estreia deste instrumento clicando aqui.
Matthieu Hébrard
Os instrumentos do francês Matthieu e do nosso Sizão Machado foram construídos juntos.
O do Matthieu é um 7/8 de 4 cordas e o do Sizão um 3/4 de 5 cordas.
São baixos que consideramos “irmãos”.
Matthieu no dia em que o baixo tocou pela primeira vez e estava pronto para ser envernizado.
O baixo na câmara de luz Ultra Violeta, sendo “bronzeado” antes de ser envernizado.
Com o verniz já seco no dia em que o baixo foi embora do Atelier.
É difícil quando o instrumento vai, finalmente, para sua nova casa, mas o prazer de ver um músico satisfeito é muito grande.
Sizão Machado
Parece que o Sizão está muito contente com a construção de seu baixo.
Construir um instrumento para um músico desse nível é uma honra e uma grande satisfação para nós.
Detalhes da colocação do filete e as pontas já filetadas.
O respeito mútuo e o carinho entre amigos, faz de nosso trabalho um prazer sem comparação.
Uma das vantagens de se encomendar um instrumento, é o acompanhamento da construção e a possibilidade de se tocar o baixo antes do verniz, possibilitando alguns ajustes de gosto pessoal.
A seguir, algumas fotos do instrumento já terminado.
Todos os detalhes que fazem de nossos contrabaixos peças únicas.
A alegria estampada no rosto de nossos clientes, nos dá a certeza de um trabalho bem realizado.
Veja vários shows do Sizão, com seu baixo, aqui.
Saiba mais sobre o Sizão Machado em texto de sua própria divulgação:
Artista autodidata, criador de uma linguagem musical que vai muito além do universo de seu instrumento, o baixista Sizão Machado é reconhecido internacionalmente, em suas atuações ao lado de Chet Baker, Herbie Mann, Elis Regina, Jim Hall, Chico Buarque, Dori Caymmi, Djavan, Milton Nascimento, Ivan Lins, Joyce, Flora Purim e Airto Moreira, Roberto Menescal, Noite Ilustrada, Jean & Paulo Garfunkel, Família Jobim, Paulo César Pinheiro e muitos outros, imprimindo sempre a sua marca por onde toca.
A concepção, a rítmica, as harmonizações “violonísticas” transpostas para o contrabaixo, aliadas a um extremo bom gosto e sofisticação, fazem com que seu estilo inconfundível seja reconhecido em qualquer gênero musical. Isso é um privilégio de poucos e bons instrumentistas.
Além de sua atuação nos palcos do mundo, Sizão participou da gravação de mais de uma centena de discos com os mais variados artistas. Em seu disco-solo, Quinto Elemento, Sizão Machado reuniu composições próprias e músicas escolhidas a dedo ao longo de sua eclética carreira. Destaques para Stanats, um tema inédito do maestro Moacyr Santos, Amparo/Olha Maria, de Tom Jobim, Chico Buarque e Vinícius de Moraes, gravado com seis contrabaixos, e Anu Preto, Quinto Elemento e Samba da Mãe, de sua autoria.
Atualmente, além de dirigir seu próprio estúdio, o In Sonoris, Sizão apresenta seu trabalho com formações variadas ao lado de grandes instrumentistas e acompanha as apresentações e gravações do Quinteto Sambazz, Terrêro de Jesus, do cantor Renato Braz, dos compositores Celso Viáfora e Jean & Paulo Garfunkel.
Sizão Machado ministra aulas de sensibilização musical, prática de banda e instrumento no Centro de Estudos Musicais Tom Jobim (antiga Universidade Livre de Música – ULM) e na Faculdade Souza Lima Berklee.
Luiz Chaves
Guardo a saudade de meu querido amigo Luiz e por isso deixo estas páginas, para sempre lembrar de um Luiz alegre e feliz com seu instrumento, o qual eu construí com tanto orgulho.
Luiz era uma pessoa carinhosa e gostava muito de passar tardes no atelier conversando e rindo com a gente.
Na sequencia, fotos da construção desse instrumento.
Tocar o instrumento, antes de se envernizar, é uma das vantagens em se encomendar a construção, pois alguns ajustes podem ser feitos.
O processo de envernizamento com verniz preparado por nós, com fórmula própria.
Entre uma demão e outra, o instrumento toma o sol da manhã e do final da tarde.
O esperado dia de retirar o instrumento e levar para casa.
O 1° show do Zimbo Trio com o contrabaixo.
Jorge Helder
Músico de talento reconhecido internacionalmente, Jorge dispensa apresentação para qualquer contrabaixista.
Construir esse instrumento aumentou nossa amizade.
A voluta, recém esculpida e uma das pontas do tampo, já filetado.
Durante todo o processo do verniz o contrabaixo é colocado alternadamente no sol fraco da manhã e da tarde.
O baixo já quase pronto, na sala de verniz, secando junto a outros instrumentos na mesma fase.
Jorge já fez muitas gravações e concertos com seu novo baixo.
Não foi só o Jorge que ficou apaixonado pelo instrumento. A “Esquerda Caviar” também reconhece um bom instrumento e, durante temporada em São Paulo, Chico Buarque teve o prazer de “tocar” nosso baixo.
Edvard Debess
Mais um músico do exterior encomendando a construção de um novo Contrabaixo.
Esse é Edvard Nyholm Debess. Contrabaixista das Ilhas Faroe (próximo à Dinamarca).
Edvard veio ao Brasil encomendar a construção de seu novo instrumento e passou mais de uma semana em nosso país.
Seu baixo foi construído e ele veio novamente, para pegar o instrumento, pronto em fevereiro de 2006.
Edvard experimenta um baixo construído no Atelier e confirma as expectativas que já tinha quanto ao instrumento.Seu novo baixo seria um 3/4 com 4 cordas.
Tocando com Célio Barros.
A sala de visitas se encheu com o som de dois instrumentos construídos por Paulo Gomes.
Essa é Tórshavn, cidade natal de Edvard nas Ilhas Faroe.
Apesar de ter morado em outros locais sempre retornou a suas raízes.
Além de contrabaixista de jazz, Edvard é spalla na Faroese Symphony Orchestra, compõe as músicas de seus CDs e escreve música para as mais diversas formações.
Edvard conhece um pouco de nossa música pois faz parte do Gismonti Project com Egberto Gismonti, Jonas Johansen e Flemming Agerskov.
Edvard no Atelier, tocando o instrumento já completamente pronto.
Edvard é um músico de muito talento e um cara muito legal.
Ele veio com sua família e nós nos tornamos grandes amigos.
Birgit (esposa), Edvard e Edna conhecendo um baile de carnaval.
Birgit, Lisa, Iben e Edvard.
A família toda, junto com Paulo, num restaurante.
Esse é o primeiro email que o Edvard enviou, quando chegou em casa com o instrumento:
“Hey Paulo, um milhão de agradecimentos por toda sua ajuda, gentileza e hospitalidade, quando estivemos em São Paulo.
Todos vocês tornaram a nossa estadia memorável para toda a família 🙂
Tivemos uma viagem maravilhosa ao Brasil e aproveitamos cada minuto!
O baixo passou pela jornada sem um arranhão, e eu nem paguei nenhum excesso de peso em lugar nenhum.
Chegamos na quinta-feira, e já na sexta-feira à noite comecei uma sessão de estúdio com o novo baixo.
Eu pretendia gravar com 2 tubemics, mas acabei gravando com apenas um microfone e soou muito bem.
O tom é tão claro, limpo e articulado, e os tons profundos vão se desenvolvendo o tempo todo. Quanto mais toco, mais encorpado o som fica!
Além disso, a forma, o tamanho e o verniz combinam muito bem comigo, então, se você pretendia colocar um pouco da minha personalidade musical neste instrumento, acho que foi muito bem-sucedido.
Excelente trabalho Paulo. Obrigado pelo seu grande esforço neste baixo.
Agradeço muito e cuidarei bem do instrumento!”
Daniel Marques
Mais um instrumento que foi construído para “morar” no exterior.
Esse baixo foi encomendado pelo Daniel Marques, que vive na Florida, EUA.
Uma vez que estava longe durante toda a construção, ele não pôde acompanhar pessoalmente o trabalho.
Para aumentar o desafio, o Daniel é canhoto e eu mesmo tive que “tocar” o baixo, para fazer o melhor setup.
Para mim, é muito difícil tocar alguma coisa com as cordas invertidas, mas o desafio foi o melhor incentivo.
Detalhes das pontas com encaixes perfeitos.
O baixo do Daniel, um 7/8, atrás do 3/4 de Marcos Machado. Os dois baixos foram construídos juntos.
A alegria de se criar um instrumento está sempre presente, em todas as fases da construção.
O único problema é que, como o Daniel é canhoto, o baixo tem a barra harmônica e a alma invertidas e assim, com as cordas também invertidas, é impossível tocar qualquer coisa.
Espero ter fotos do Daniel tocando o instrumento para colocar aqui.
Este baixo é mais um dos que vai para longe e é sempre difícil ver os instrumentos partindo.
Aproveitando mais um período de trabalho em Nova York, eu mesmo levei o instrumento para os EUA e o entreguei ao Daniel, no Blue Note, onde fomos ver meu amigo Ron Carter.
Foi uma noite muito especial para ambos.
Um 7/8 de 1990.
Provavelmente esse é o baixo que mais aparece em gravações de CDs, DVDs e concertos ao vivo. Ele já foi tocado pelos melhores músicos do Brasil e do exterior.
Marc Johnson lançou, em 2021, um álbum solo, Overpass, gravado com esse baixo e com algumas músicas compostas no instrumento.
Ron Carter também já gravou com esse contrabaixo, entre muitos outros.
Esse instrumento já apareceu em alguns livros sobre luteria e muitas fotos estão no site.
À esquerda, um 7/8 de 1990.
Provavelmente esse é o baixo que mais aparece em gravações de CDs, DVDs e concertos ao vivo. Ele já foi tocado pelos melhores músicos do Brasil e do exterior.
Marc Johnson lançou, em 2021, um álbum solo, Overpass, gravado com esse baixo e com algumas músicas compostas no instrumento.
Ron Carter também já gravou com esse contrabaixo, entre muitos outros.
Esse instrumento já apareceu em alguns livros sobre luteria e muitas fotos estão no site.
O modelo 3/4, à esquerda, foi construído para meu saudoso amigo Luiz Chaves em 1998.
Esse contrabaixo também participou de várias gravações e espetáculos e, assim como todos os nossos baixos, foi construído conforme desenho original de nossa criação.
Um modelo 3/4, construído para meu saudoso amigo Luiz Chaves em 1998.
Construção
É fácil encomendar a construção de um Contrabaixo e ter um excelente instrumento por um preço justo.
Para construir um instrumento são necessários cerca de 6 meses de trabalho totalmente artesanal. O material é importado e da melhor procedência e qualidade.
Basta que o interessado entre em contato com a gente. Existe sempre uma fila e os instrumentos são construídos na ordem de encomendas.
São levados em conta o tipo de música que será executada e o tamanho do músico, entre outras particularidades.
A maior parte dos instrumentos que construímos nos últimos anos, já conta com nosso Sistema de Braço Móvel e Regulável.
Todo período da construção pode ser acompanhado pelo músico passo a passo, pessoalmente ou online.
Veja nesse site alguns instrumentos construídos em nosso Atelier.
Construção
É fácil encomendar a construção de um Contrabaixo e ter um excelente instrumento por um preço justo.
Para construir um instrumento são necessários cerca de 6 meses de trabalho totalmente artesanal. O material é importado e da melhor procedência e qualidade.
Basta que o interessado entre em contato com a gente. Existe sempre uma fila e os instrumentos são construídos na ordem de encomendas.
São levados em conta o tipo de música que será executada e o tamanho do músico, entre outras particularidades.
A maior parte dos instrumentos que construímos nos últimos anos, já conta com nosso Sistema de Braço Móvel e Regulável.
Todo período da construção pode ser acompanhado pelo músico passo a passo, pessoalmente ou online.
Veja nesse site alguns instrumentos construídos em nosso Atelier.
Outros Instrumentos Construídos
Outros Instrumentos Construídos
Violino Serpente 1993
Esse violino foi construído sob encomenda, para meu amigo Atilio Marsiglia.
Depois de terminado um inesto – trabalho onde se troca o braço do instrumento mantendo a voluta original – para o contrabaixo Clodot de Luiz Chaves, o material restante foi aproveitado para a construção desse violino.
O fundo, o braço e as faixas são da mesma peça de madeira: Acero (maple).
O tampo é de Abeto de primeira qualidade e os acessórios são de Ébano.
Eu já havia feito alguns esboços de um instrumento “serpente” e coloquei esse modelo como condição para que eu voltasse a fazer um violino (fiz 4 enquanto aprendia com Bertelli), pois um violino “padrão” como os outros não me interessava fazer.
Na voluta foi feita a cabeça de uma naja, estilizada, com expressão de atenção e preparando o bote.
Os Fs (Aqueles cortes que todo instrumento de arco tem no tampo chama-se F) completam o estilo do instrumento, pois foram substituídos por duas serpentes erguidas e encarando-se.
Construir um instrumento diferente daquele no qual se é especialista é um desafio e um aprendizado sem igual.
Somente os anos aprendendo apenas a trabalhar com violinos, com meu mestre Bertelli, é que permitiram que eu realizasse esse trabalho.
Esse é o único violino construído em meu Atelier e não pretendo construir outro – o que aumenta ainda mais o seu valor.
Para fazer a cabeça pesquisei vários tipos de cobras e achei na naja a forma ideal. Ela tem aquela aba em sua cabeça, e isso tornou as linhas ao mesmo tempo estilizadas e realistas.
A expressão e a postura da serpente dão altivez ao instrumento e a beleza do material enobrece suas linhas.
A tentação de colocar detalhes demais sempre fica presente mas é preferível deixar apenas alguns, que diferenciem o instrumento, sem comprometer em nada sua sonoridade e beleza.
Os Fs foram desenhados segundo o modelo de Stradivarius de 1689 e depois apenas modificados em suas pontas para transformarem-se em serpentes.
Isso faz com que haja o mesmo efeito pretendido no corte de um F normal.
À primeira vista, o instrumento passa por um modelo padrão, mas assim que se fixa o olhar já se notam as formas diferentes.
Contrabaixo para Crianças
A maior parte dos grandes músicos inicia seus estudos antes da adolescência.
Alguns, casos mais raros, chegam ao primeiro contato com seus instrumentos aos cinco, quatro e até três anos de idade, de forma que, ao atingirem a maioridade e o profissionalismo, tais músicos já contam com mais de dez anos de estudos específicos no instrumento.
Isso lhes vale aprimoramento técnico e artístico, para atuarem em concertos ou ingressarem em orquestras sinfônicas, de câmara, bandas sinfônicas ou ainda como solistas de nível internacional.
Nos instrumentos de grande porte, o estudo só é possível quando o jovem já tem idade e tamanho suficientes para iniciar o aprendizado prático.
Esse é o caso do contrabaixo e a razão da criação desse modelo para crianças.
O problema do contrabaixo é bem fácil de ser observado, sobretudo nas orquestras jovens, onde podemos ver crianças com menos de sete anos tocando violino, flauta ou outros instrumentos, enquanto que os contrabaixistas têm, no mínimo, dezesseis ou altura suficiente, ou seja: dez anos a mais.
Apesar de ser mais simples em sua construção, o instrumento é todo escavado à mão e não tem nenhuma parte feita em madeira compensada.
As proporções de suas medidas foram calculadas visando um desenvolvimento normal da técnica de contrabaixo, com afinação e tensão das cordas correspondentes às do instrumento ¾ ou do inteiro, de modo que a passagem para um instrumento maior é a mais natural possível.
A inexistência desse tipo de instrumento faz com que haja interesse e necessidade por parte dos educadores da área musical.
No Brasil temos um grande número de orquestras jovens e conjuntos de câmara, onde esse pequeno contrabaixo é uma necessidade.
Temos centenas de conservatórios espalhados pelo país, além dos profissionais que se dedicam a dar aulas particulares e podem iniciar crianças menores.
O contrabaixo para crianças evita que os jovens contrabaixistas iniciem seus estudos no violoncelo, o que significa uma técnica totalmente diferente.
O garoto nas fotos é meu sobrinho Renato Burin aos 9 anos.
Slide Guitar
Aproveitei um barril de cerveja de 5 litros para fazer esse instrumento.
O braço é feito em uma só peça, junto com o que seria o tampo do instrumento, e foi reforçado com barras de fibra de carbono.
A escala foi feita em peça separada.
Fiz desenhos com ébano, para dar um ar de instrumento havaiano, uma vez que esse tipo de instrumento também é conhecido como guitarra havaiana.
Instalei um captador, o jack e os botões de volume e grave/agudo na lateral da lata.
É possível ver as duas barras de carbono atravessando o buraco do tampo do instrumento por baixo das cordas.
É um instrumento divertido de ser tocado.
Essa guitarra havaiana foi usado no vídeo comemorativo dos 40 anos do Atelier.
Veja aqui esse instrumento em ação.
Baixo Elétrico 1996
Construí para mim mesmo e é o único instrumento do tipo feito até hoje no Atelier.
Uma vez que sempre gostei muito de tocar baixo elétrico, além do acústico, e só tinha um de 4 cordas, resolvi fazer um de 5 cordas para mim.
A 5ª corda era um Si (B) grave, portanto sua afinação era: Sol, Ré, Lá, Mi, Si. Depois passou a ser afinado com a 1ª corda aguda (um Dó) ficando Do, Sol, Ré, Lá, Mi.
Nesse instrumento foram utilizadas madeiras de 3 continentes: Maple da Europa, Wenge da Africa, Pau Santo e Grumixava da América.
O corpo é feito em 7 partes intercaladas sendo 3 peças de Pau Santo e 4 de Grumixava.
No braço foi utilizado o Maple (4 peças) também intercalado com Mogno (3 peças).
A escala é de Wenge com marcações em Abalone e trastes de liga de latão.
As tarraxas são Gothoh, bem como a ponte.
Os captadores são Seymour Duncan Soapbar ativo e uso cordas Rotosound.
O desenho do modelo foi criado por mim, buscando um instrumento leve e confortável.
Depois de fazer alguns contrabaixos acústicos, esse trabalho me pareceu extremamente simples e fácil.
O corpo do instrumento, mesmo sendo feito em 7 partes, é muito simples, pois é maciço e não necessita de cálculos de espessura e outras coisas comuns no instrumentos acústicos.
O braço é macio e confortável tendo seu peso bem balanceado para que o instrumento não caia para frente como ocorre com a maioria dos instrumentos de 5 ou 6 cordas.
Tocar esse instrumento é um de meus hobbies.
Viola da Gamba 1991
A Viola da Gamba, assim como toda a família das Gambas, foi a precursora do contrabaixo juntamente com a família dos violinos. Isso é fácil de se observar:
– Contrabaixos com fundo chato, com uma dobra na parte superior e sem pontas na faixa central, vem da Gamba.
– Contrabaixos com fundo escavado e com pontas na faixa central, são “descendentes” do violino e sua família.
Eu faço meus contrabaixos dentro do modelo italiano, seguindo a linha da família do violino.
Essa Viola foi encomendada por Eduardo Klein.
É uma Viola Baixo de 7 cordas, renascentista.
O tampo desse instrumento foi feito utilizando o material que seria jogado fora na construção de um tampo de contrabaixo.
Antes de fazer o corte para o tampo do contrabaixo, eu desenhei e desenvolvi um sistema de serrotes curvos.
Trabalhando com extremo cuidado durante uma semana, retirei as duas peças que seriam esse tampo de Gamba de dentro de uma peça de onde normalmente sairia apenas um tampo de contrabaixo.
Aproveitar ao máximo material tão nobre deve ser uma meta e um dever na prática de um luthier.
Vários detalhes foram levados em consideração para que se mantivesse fiel à época, mas aproveitando os benefícios das descobertas posteriores no campo da luteria.
Toda melhoria que o desenvolvimento da técnica da luteria nos trouxe, desde a época das primeiras Gambas até hoje, foi utilizada nesse instrumento.
O encastro do braço (encaixe no corpo do instrumento), na época impreciso, frágil e feito com cravos de ferro batido, foi feito como os instrumentos ditos “modernos”: com precisão, resistência e apenas com um encaixe perfeito e cola.
A voluta é bem diferente dos instrumentos modernos.
Além de ter um design diferente, destaca-se o fato de ser vasada.
O modelo dessa viola foi desenhado por mim, baseado em textos sobre o assunto que pesquisei na época.
Esculpir essa voluta foi um prazer muito grande. Não só pelo desafio, mas também pela beleza do material e do modelo.
Outro detalhe, bem diferente dos instrumentos modernos, é o modo como o estandarte se fixa ao instrumento.
Na Gamba não há espigão (a haste regulável que existe nos contrabaixos e violoncelos) e nem rabicho (o cabo, normalmente de aço, que prende o estandarte ao espigão).
O estandarte é fixado por um encaixe de madeira incrustrada no instrumento.
Os instrumentos barrocos e renascentistas sempre tiveram muitos enfeites e filetes.
Essa viola foi filetada com o instrumento já fechado.
Para diferenciá-lo, coisa que sempre faço quando construo um instrumento, fiz um detalhe que à primeira vista parece apenas decoração e acabamento para o fundo da viola.
Uma vez que o músico que encomendou o instrumento chamava-se Eduardo Klein, resolvi fazer um anagrama com suas iniciais no filete.
Queria dar um acabamento mais rebuscado no filete na região da noceta, mas para que o desenho continuasse simétrico, fiz com que as iniciais E e K só fossem percebidas olhado o instrumento de lado.
Na foto acima se pode ver as letras EK saindo de dentro do desenho.
Ukulele
Até o ano 2020 já havia operado 5 dedos das mãos e o cotovelo esquerdo.
Antes de uma dessas operações, sabendo que teria que ficar sem trabalhar e tocar por algum tempo, resolvi fazer esse ukulele para poder brincar enquanto estivesse em recuperação.
Optei por um ukulele por ser muito macio, ter as cordas de tripa sintética e ser bom para acompanhar outros músicos, ou minha propria voz.
O ukulele foi feito com madeiras muito bonitas e com o tradicional selante à base de clara de ovos da liuteria italiana.
O início do processo de envernizamento e a Edna no trabalho pesado.
Criei esse modelo, pois não me adaptava a um instrumento igual ao violão, mas menor.
No modelo tradicional, o instrumento fica “dançando” sobre a perna e não há muito conforto. Nesse, as curvas encaixam perfeitamente ao corpo; a curva inferior na coxa e a superior no antebraço.
Dessa forma o instrumento fica parado na posição e as mãos ficam livres.
Como sempre, o Artur foi um dos primeiros a tocar o instrumento ainda quentinho.
Esse instrumento está no vídeo comemorativo dos 40 anos do Atelier e você pode vê-lo aqui.
Violino Serpente 1993
Esse violino foi construído sob encomenda, para meu amigo Atilio Marsiglia.
Depois de terminado um inesto – trabalho onde se troca o braço do instrumento mantendo a voluta original – para o contrabaixo Clodot de Luiz Chaves, o material restante foi aproveitado para a construção desse violino.
O fundo, o braço e as faixas são da mesma peça de madeira: Acero (maple).
O tampo é de Abeto de primeira qualidade e os acessórios são de Ébano.
Eu já havia feito alguns esboços de um instrumento “serpente” e coloquei esse modelo como condição para que eu voltasse a fazer um violino (fiz 4 enquanto aprendia com Bertelli), pois um violino “padrão” como os outros não me interessava fazer.
Na voluta foi feita a cabeça de uma naja, estilizada, com expressão de atenção e preparando o bote.
Os Fs (Aqueles cortes que todo instrumento de arco tem no tampo chama-se F) completam o estilo do instrumento, pois foram substituídos por duas serpentes erguidas e encarando-se.
Construir um instrumento diferente daquele no qual se é especialista é um desafio e um aprendizado sem igual.
Somente os anos aprendendo apenas a trabalhar com violinos, com meu mestre Bertelli, é que permitiram que eu realizasse esse trabalho.
Esse é o único violino construído em meu Atelier e não pretendo construir outro – o que aumenta ainda mais o seu valor.
Para fazer a cabeça pesquisei vários tipos de cobras e achei na naja a forma ideal. Ela tem aquela aba em sua cabeça, e isso tornou as linhas ao mesmo tempo estilizadas e realistas.
A expressão e a postura da serpente dão altivez ao instrumento e a beleza do material enobrece suas linhas.
A tentação de colocar detalhes demais sempre fica presente mas é preferível deixar apenas alguns, que diferenciem o instrumento, sem comprometer em nada sua sonoridade e beleza.
Os Fs foram desenhados segundo o modelo de Stradivarius de 1689 e depois apenas modificados em suas pontas para transformarem-se em serpentes.
Isso faz com que haja o mesmo efeito pretendido no corte de um F normal.
À primeira vista, o instrumento passa por um modelo padrão, mas assim que se fixa o olhar já se notam as formas diferentes.
Contrabaixo para Crianças
A maior parte dos grandes músicos inicia seus estudos antes da adolescência.
Alguns, casos mais raros, chegam ao primeiro contato com seus instrumentos aos cinco, quatro e até três anos de idade, de forma que, ao atingirem a maioridade e o profissionalismo, tais músicos já contam com mais de dez anos de estudos específicos no instrumento.
Isso lhes vale aprimoramento técnico e artístico, para atuarem em concertos ou ingressarem em orquestras sinfônicas, de câmara, bandas sinfônicas ou ainda como solistas de nível internacional.
Nos instrumentos de grande porte, o estudo só é possível quando o jovem já tem idade e tamanho suficientes para iniciar o aprendizado prático.
Esse é o caso do contrabaixo e a razão da criação desse modelo para crianças.
O problema do contrabaixo é bem fácil de ser observado, sobretudo nas orquestras jovens, onde podemos ver crianças com menos de sete anos tocando violino, flauta ou outros instrumentos, enquanto que os contrabaixistas têm, no mínimo, dezesseis ou altura suficiente, ou seja: dez anos a mais.
Apesar de ser mais simples em sua construção, o instrumento é todo escavado à mão e não tem nenhuma parte feita em madeira compensada.
As proporções de suas medidas foram calculadas visando um desenvolvimento normal da técnica de contrabaixo, com afinação e tensão das cordas correspondentes às do instrumento ¾ ou do inteiro, de modo que a passagem para um instrumento maior é a mais natural possível.
A inexistência desse tipo de instrumento faz com que haja interesse e necessidade por parte dos educadores da área musical.
No Brasil temos um grande número de orquestras jovens e conjuntos de câmara, onde esse pequeno contrabaixo é uma necessidade.
Temos centenas de conservatórios espalhados pelo país, além dos profissionais que se dedicam a dar aulas particulares e podem iniciar crianças menores.
O contrabaixo para crianças evita que os jovens contrabaixistas iniciem seus estudos no violoncelo, o que significa uma técnica totalmente diferente.
O garoto nas fotos é meu sobrinho Renato Burin aos 9 anos.
Slide Guitar
Aproveitei um barril de cerveja de 5 litros para fazer esse instrumento.
O braço é feito em uma só peça, junto com o que seria o tampo do instrumento, e foi reforçado com barras de fibra de carbono.
A escala foi feita em peça separada.
Fiz desenhos com ébano, para dar um ar de instrumento havaiano, uma vez que esse tipo de instrumento também é conhecido como guitarra havaiana.
Instalei um captador, o jack e os botões de volume e grave/agudo na lateral da lata.
É possível ver as duas barras de carbono atravessando o buraco do tampo do instrumento por baixo das cordas.
É um instrumento divertido de ser tocado.
Essa guitarra havaiana foi usado no vídeo comemorativo dos 40 anos do Atelier.
Veja aqui esse instrumento em ação.
Baixo Elétrico
Construí para mim mesmo e é o único instrumento do tipo feito até hoje no Atelier.
Uma vez que sempre gostei muito de tocar baixo elétrico, além do acústico, e só tinha um de 4 cordas, resolvi fazer um de 5 cordas para mim.
A 5ª corda era um Si (B) grave, portanto sua afinação era: Sol, Ré, Lá, Mi, Si. Depois passou a ser afinado com a 1ª corda aguda (um Dó) ficando Do, Sol, Ré, Lá, Mi.
Nesse instrumento foram utilizadas madeiras de 3 continentes: Maple da Europa, Wenge da Africa, Pau Santo e Grumixava da América.
O corpo é feito em 7 partes intercaladas sendo 3 peças de Pau Santo e 4 de Grumixava.
No braço foi utilizado o Maple (4 peças) também intercalado com Mogno (3 peças).
A escala é de Wenge com marcações em Abalone e trastes de liga de latão.
As tarraxas são Gothoh, bem como a ponte.
Os captadores são Seymour Duncan Soapbar ativo e uso cordas Rotosound.
O desenho do modelo foi criado por mim, buscando um instrumento leve e confortável.
Depois de fazer alguns contrabaixos acústicos, esse trabalho me pareceu extremamente simples e fácil.
O corpo do instrumento, mesmo sendo feito em 7 partes, é muito simples, pois é maciço e não necessita de cálculos de espessura e outras coisas comuns no instrumentos acústicos.
O braço é macio e confortável tendo seu peso bem balanceado para que o instrumento não caia para frente como ocorre com a maioria dos instrumentos de 5 ou 6 cordas.
Tocar esse instrumento é um de meus hobbies.
Viola da Gamba
A Viola da Gamba, assim como toda a família das Gambas, foi a precursora do contrabaixo juntamente com a família dos violinos. Isso é fácil de se observar:
– Contrabaixos com fundo chato, com uma dobra na parte superior e sem pontas na faixa central, vem da Gamba.
– Contrabaixos com fundo escavado e com pontas na faixa central, são “descendentes” do violino e sua família.
Eu faço meus contrabaixos dentro do modelo italiano, seguindo a linha da família do violino.
Essa Viola foi encomendada por Eduardo Klein.
É uma Viola Baixo de 7 cordas, renascentista.
O tampo desse instrumento foi feito utilizando o material que seria jogado fora na construção de um tampo de contrabaixo.
Antes de fazer o corte para o tampo do contrabaixo, eu desenhei e desenvolvi um sistema de serrotes curvos.
Trabalhando com extremo cuidado durante uma semana, retirei as duas peças que seriam esse tampo de Gamba de dentro de uma peça de onde normalmente sairia apenas um tampo de contrabaixo.
Aproveitar ao máximo material tão nobre deve ser uma meta e um dever na prática de um luthier.
Vários detalhes foram levados em consideração para que se mantivesse fiel à época, mas aproveitando os benefícios das descobertas posteriores no campo da luteria.
Toda melhoria que o desenvolvimento da técnica da luteria nos trouxe, desde a época das primeiras Gambas até hoje, foi utilizada nesse instrumento.
O encastro do braço (encaixe no corpo do instrumento), na época impreciso, frágil e feito com cravos de ferro batido, foi feito como os instrumentos ditos “modernos”: com precisão, resistência e apenas com um encaixe perfeito e cola.
A voluta é bem diferente dos instrumentos modernos.
Além de ter um design diferente, destaca-se o fato de ser vasada.
O modelo dessa viola foi desenhado por mim, baseado em textos sobre o assunto que pesquisei na época.
Esculpir essa voluta foi um prazer muito grande. Não só pelo desafio, mas também pela beleza do material e do modelo.
Outro detalhe, bem diferente dos instrumentos modernos, é o modo como o estandarte se fixa ao instrumento.
Na Gamba não há espigão (a haste regulável que existe nos contrabaixos e violoncelos) e nem rabicho (o cabo, normalmente de aço, que prende o estandarte ao espigão).
O estandarte é fixado por um encaixe de madeira incrustrada no instrumento.
Os instrumentos barrocos e renascentistas sempre tiveram muitos enfeites e filetes.
Essa viola foi filetada com o instrumento já fechado.
Para diferenciá-lo, coisa que sempre faço quando construo um instrumento, fiz um detalhe que à primeira vista parece apenas decoração e acabamento para o fundo da viola.
Uma vez que o músico que encomendou o instrumento chamava-se Eduardo Klein, resolvi fazer um anagrama com suas iniciais no filete.
Queria dar um acabamento mais rebuscado no filete na região da noceta, mas para que o desenho continuasse simétrico, fiz com que as iniciais E e K só fossem percebidas olhado o instrumento de lado.
Na foto acima se pode ver as letras EK saindo de dentro do desenho.
Ukulele
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Antes de uma dessas operações, sabendo que teria que ficar sem trabalhar e tocar por algum tempo, resolvi fazer esse ukulele para poder brincar enquanto estivesse em recuperação.
Optei por um ukulele por ser muito macio, ter as cordas de tripa sintética e ser bom para acompanhar outros músicos, ou minha propria voz.
O ukulele foi feito com madeiras muito bonitas e com o tradicional selante à base de clara de ovos da liuteria italiana.
O início do processo de envernizamento e a Edna no trabalho pesado.
Criei esse modelo, pois não me adaptava a um instrumento igual ao violão, mas menor.
No modelo tradicional, o instrumento fica “dançando” sobre a perna e não há muito conforto. Nesse, as curvas encaixam perfeitamente ao corpo; a curva inferior na coxa e a superior no antebraço.
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Construção – Restauração
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